quinta-feira, 11 de junho de 2009

Serão

No serão dos meus sonhos
a mesa era grande e coloquial.
jogávamos com a vida
e ela, fugidia,
esquivava-se
de modo natural.

Entrava, toda ela exuberante,
E seduzia-nos,
Cegos mortais.

Trazia-nos mensagens de outrora,
como se os nossos serões
fossem banais.

E sentava-se à nossa mesa
com aquele porte de menina caprichosa
tentando-nos convencer
que era verdadeira
que era nossa.

O serão prolongou-se noite dentro…

Quando nos apercebemos
ela esquivou-se
e dexou-nos
na desilusão,
no desalento.

Agora, visita-nos de vez em quando
e é cada vez mais
altiva,
mais fugidia.

São calmos os nossos serões,
mas nunca mais
o dia foi dia.

Teresa Alves – 2001

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